Entrevista Zé Dassilva

A entrevista deste domingo traz um personagem especial da cartunismo brasileiro. Mas acima de tudo ele é jornalista e ao longo do tempo virou roterista de novela. Estamos falamos do Catarinense de Criciúma Zé Dassilva que a partir da próxima quarta-feira, dia 3 de abril, irá inaugurar a exposição “A Obsessão do Desenho” no Rio de Janeiro, onde mora há 20 anos. 

A grande mostra do “Zé” estará à disposição do público no Istituto Europeo de Design (IED), sediado no lendário prédio que abrigou o Cassino da Urca e a TV Tupi. O trabalho é formada por quadros com reproduções Fine Art, artes originais, cadernos de desenhos, charges políticas e também vídeos animados. 

A exposição “A obsessão do desenho” tem um nome que reflete bem a rotina de Zé Dassilva que, por onde vai, está sempre com um caderno para desenhar o que vê, colhendo crônicas ilustradas do Rio de Janeiro e das cidades por onde passa.

Roteirista de séries e novelas na TV  Globo desde 2000 e atualmente na equipe de Aguinaldo Silva em “O Sétimo Guardião”, Zé Dassilva passa a maior parte do tempo “cuidando da vida de pessoas que não existem”, como costuma brincar. Mas, quando sai pela rua, “A obsessão do desenho” o leva a retratar os locais e, principalmente, os costumes. Já são mais de 30 cadernos que Zé preencheu em bares e praias do Rio de Janeiro, além de países por onde viajou registrando não só os ambientes, mas também os estilos de vida.

As obras fazem parte de uma linguagem de desenho de rua chamada Urban Sketch, que atrai cada vez mais adeptos no mundo todo. Os desenhos dessa exposição foram ampliados em reproduções Fine Art numeradas e assinadas, e estarão emolduradas na parede, enquanto os sketchbooks com as artes originais serão exibidos em mesas de vidro.

Confira o bate-papo.

1- Qual o significado real da exposição?

O título "A Obsessão do Desenho" remete ao instinto de desenhar, que muitos adultos ainda mantêm. A gente vê algo e, sem querer, já está pensando em como colocar aquilo no papel. Nessa exposição, a maior parte é esse tipo de trabalho.

2- O que mais lhe inspira pra desenhar?

Eu gosto de observar gente em diferentes locais e, através do desenho, revelar aspectos da vida dessas pessoas.

3- E para escrever?

Acho que a inspiração é a mesma: as pessoas. Os hábitos, as relações, esse tipo de coisa. Uma vez, alguém disse: tudo que é humano, me interessa. Acho que é por aí!

4- O Zé Dassilva continua o mesmo, circulando por bares e lugares do Rio de Janeiro?

Em algumas coisas, mudei. Parei de beber há alguns anos, mas ainda curto ir aos bares. Para não ficar com cara de tacho enquanto os amigos bebem, agora costumo levar um caderno e fico sempre desenhando. Alguns desses trabalhos feitos em mesas de bar estarão nessa exposição também.

5- Que relação você faz de Floripa com o Rio?

Duas cidade onde a praia e a natureza estão bem presentes, mas que possuem também elementos humanos bem característicos em cada uma delas. São cidades com personalidades bem definidas e que adoro o fato de viver entre as duas.

6- Por fim, tem volta prevista pra Floripa ou para o Estado? Ou o Rio é um caminho sem volta?

Nunca se sabe o dia de amanhã, né? Sempre que vou a Floripa, penso em ficar por lá. Mas sempre vou com a passagem de volta pro Rio já comprada... E assim se vão quase 20 anos! 




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