A reinvenção

O carnaval de Florianópolis tem um futuro incerto pela frente. Dois anos sem desfile não acontecia desde 1997 e 1998. Desta vez, não foi a falta de recursos mas sim a pandemia. E, além disso, nota-se um enfraquecimento dessa tão importante ferramenta cultural, existente há quase 80 anos. 

O desfile das escolas de samba é o momento máximo de um trabalho árduo de um ano. Ele é o palco dos artistas que ganham destaque, em muitos casos, somente naquela noite. Ele é a chance da comunidade aparecer e mostrar o seu valor, pois nas camadas mais populares existem inúmeros talentos que ainda sofrem muito preconceito.

E no embalo das decisões nacionais, a Prefeitura de Florianópolis resolveu cancelar tudo: blocos de rua e passarela. É uma definição que pode até ser considerada sensata, mas torna-se contraditória quando se vê por aí aglomerações por todos os lados nas praias, shows e festas.

Mas voltando ao carnaval das escolas (que já não tem um apreço tão grande por parte das novas gerações), o mesmo precisa resistir. É necessário um choque de ordem, um projeto para voltar de vez ao cenário de protagonismo no Sul do Brasil. É hora de unir forças em 2023, de buscar capacitação e projetos na área de governança. É hora de virar a página e profissionalizar. Depois disso, o turismo pode abraçar o produto de novo. Ou vocês acham que não há turistas nos desfiles da Nego Quirido? Já tivemos alemães, americanos, ingleses, japoneses e africanos assistindo o espetáculo no Aterro da Baía Sul.

É hora de transformar a crise em uma grande oportunidade para então renascer. É hora de reconstruir e escrever novos capítulos daquelas agremiações (tradicionais e recentes) que geram emprego e renda, revelam artistas e promovem um show humano da melhor qualidade em meio à pista de asfalto. É hora de deixar a vaidade de lado e reunir as cabeças pensantes por um único motivo: salvar o carnaval.

Eu acredito.

Foto: Divulgação 




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