Sinopse do Unidos

Abaixo, a sinopse do enredo para os compositores interessados em participar da disputa do samba. A letra da obra deverá ser entregue, via e-mail, até a data de 10 de dezembro. O endereço de  e-mail é unidosdomorrodoceu@gmail.com. Não é necessário gravar o áudio do samba, pois a defesa será feita ainda no mês de dezembro em evento que será realizado na comunidade. A data ainda será definida. É importante lembrar que só poderão participar os compositores que moram, nasceram ou se criaram no Morro do Céu. Este foi um critério estabelecido pela diretoria para valorizar os talentos da comunidade. A sinopse impressa está a disposição no Bar do Caio que fica na rua Araranguá no Morro do Céu. Em breve,  o bloco vai divulgar o regulamento do concurso.



Praça XV: “A essência do nosso carnaval”


O carnaval se brinca nas ruas. São elas os espaços históricos da liberdade, o domínio popular de convivência festiva dos povos das cidades. O ponto central de nossa cidade é a Praça XV.

Nos quatro dias de folia, o centro da cidade transforma-se no local de convivência dos foliões, turistas e curiosos. Florianópolis já foi considerado o segundo melhor carnaval do Brasil nos anos 50 e 60. Era uma festa movida por canções da Ilha, onde a alegria contagiava foliões em torno da Praça XV.

E cantando essas e outras músicas, também sob influência dos grandes sucessos cariocas, os foliões anoiteciam e viam o sol nascer na praça ou nos salões dos clubes Doze de Agosto, Lira Tênis Clube, 6 de Janeiro, Paineiras, entre outros. Na quarta-feira de cinzas, os foliões dos clubes Doze e Lira se encontravam na rua Felipe Schmidt para juntos encerrarem a folia do ano, tendo como testemunha principal a centenária figueira da praça.

Por volta de 1936, surgem os primeiros blocos carnavalescos, já acompanhados de percussão, exibindo-se pelas ruas. O bloco “Os Filhos da Lua”, da Prainha, é considerado o mais antigo. Depois, surgiram os blocos: “Bororós”, “Tira a Mão”, “O Mocotó Vem Abaixo”, “Os Motoristas se Divertem“, “Os Palhetinhas” (só de crianças), “ O Bando da Noite”, “Bloco da Base” e o “Brinca Quem Pode”.

O Bloco Bororós, um dos mais destacados, saía com 60 pessoas “vestidas de índio” e já utilizavam como acompanhamento os instrumentos de percussão. Eles frequentavam o Bar do Quido, na esquina da rua Fernando Machado, e dali saía o desfile oficial em volta da praça. Ainda hoje temos “Os Batuqueiros do Limão”, o SOU+EU, o Marisco da Maria e o Berbigão do Boca que continuam a alegrar nosso carnaval da Praça XV.

Mesmo com a criação das escolas de samba nos anos 40, 50 e 60, cada participante se fantasiava como queria para brincar no carnaval. A partir do começo de 70, as escolas, inspiradas no carnaval carioca, começaram a se organizar e a folia da Ilha perdia o sabor da anarquia, da singularidade. A festa passou a ser organizada em torno das escolas, transferindo-se para o aterro da Baía Sul.

A folia ilhéu revelou personagens que marcaram época como o eterno Rei Momo Lagartixa, Abelardo Blumenberg (o popular Avevú da Copa Lord), Hélio Cabrinha (da Protegidos da Princesa), o famoso panderista Tenente, o Nego Quirido, Armandinho Gonzaga, Quido do Bororós, nossa eterna cidadã samba Nega Tide, enfim, dezenas de outros que todos os anos lideravam a festa.

Uma grande atração do carnaval da Praça XV era a Orquestra Philarmônica Desterrense, que surgiu em 1957 em protesto contra a decisão da Justiça de proibir os homens de se vestirem de mulher, principalmente de grávidas, o que era comum em blocos de sujo. Seus integrantes, caracterizados com bigodes e smokings surrados, os quais regidos pelo maestro Tullo Cavallazzi, invadiam repentinamente os desfiles e começavam seus concertos de sons completamente desafinados.

O único pré-requisito para integrar a orquestra, segundo seus membros, era não saber nada de música. Acompanhava a Philarmônica um fotógrafo tipo “lambe-lambe” que tirava fotos a todo momento, com “explosivos” e flashes que saíam fumaça. A Desterrense arrancava muitos aplausos e gargalhadas.

Os bailes públicos eram realizados em frente à Catedral Metropolitana onde foliões deliciavam-se até o amanhecer ao som das bandas carnavalescas. Os bailes prosseguiram até poucos anos atrás, mas por conta da violência, a polícia e a prefeitura suspenderam os festejos. Em 2011, a municipalidade vai revitalizar os antigos carnavais em volta da Praça XV, retomando inclusive os bailes e desfiles tradicionais.

Outra grande atração do nosso carnaval de rua eram as Grandes Sociedades, que com seus imponentes carros de mutação, que levantavam muitos estágios, deixavam o público sem reflexo e reação devido à grande altura das alegorias. Os carros tornaram-se referência para os demais carnavais do Brasil, em especial, para o Rio de Janeiro que passou a criar carros alegóricos de proporções maiores. Hoje, sobrevivem, com grandes dificuldades, as sociedades carnavalescas: Os Tenentes do Diabo e Granadeiros da Ilha.

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