Entrevista Polidoro Júnior

O nosso convidado da “Entrevista de Domingo” é um manezinho da Ilha raiz. Jornalista, já atuou no rádio, na televisão e em jornais. E hoje segue a carreira de forma independente com seu canal multimídia. Estamos falando de Dakir Polidoro Júnior, o Polidoro Júnior, que também é conhecido como Polí. Aos 54 anos, Polidoro completará 40 anos de carreira no mês de julho.

O profissional coleciona 17 participações em Jogos Abertos e cobriu todas as finais do campeonato catarinense desde 1979. Na esfera internacional, além de amistosos da seleção brasileira, Polidoro Júnior esteve na cobertura da Copa América de 2011 na Argentina, e da Copa das Confederações de 2013, desde a estreia em Brasília até a grande final no Maracanã diante da Espanha, com o título ficando com a seleção brasileira, além da Copa do Mundo 2014. Em junho de 2015, esteve na sua segunda Copa América, disputada no Chile.

Em 2016, duas grandes coberturas de caráter internacional: a Copa América nos Estados Unidos (a terceira da carreira) e os Jogos Olímpicos Rio 2016. 

Credenciado oficial pelo Comitê Olímpico Brasileiro, com a chancela do COI – Comitê Olímpico Internacional, Polidoro Júnior esteve na Rio 2016 com o produtor e cinegrafista Rodrigo Polidoro, ambos também credenciados pelo Rio Media Center, o Centro de Mídia da Olimpíada.

Em 2017, credenciado novamente pela FIFA, esteve na cobertura da sua segunda Copa das Confederações, disputada na Rússia, com o título sendo conquistado pela Alemanha.

Polí ressalta com orgulho o Troféu e Diploma de Manezinho da Ilha,  idealizado pelo brilhante jornalista Aldírio Simões, recebido em junho de 2008 já com a organização do filho de Aldírio, Sione de Jesus.

Em 8 de agosto de 2012, foi premiado com a Medalha e Diploma de Mérito Dakir Polidoro de Imprensa, Categoria Rádio, em sessão solene na Câmara Municipal de Florianópolis, como o melhor profissional do ano e um dos destaques da profissão em solo catarinense.

Em 5 de dezembro de 2014, recebeu da rádio AL e da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o Prêmio Destaque Esportivo Padrão de Excelência.

Em 23 de março de 2016, recebeu no aniversário de 343 anos de Florianópolis a Medalha e Diploma de Mérito Francisco Dias Velho em sessão solene da Câmara Municipal de Florianópolis na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por sua atuação na mídia esportiva e também pelos livros editados nos últimos anos.

Em outubro de 2012, Polidoro eternizou a rica história de um dos estádios mais importantes do futebol catarinense, o Adolfo Konder. Uma obra de luxo de 90 páginas, e quase 200 fotos, que foi marcante para festejar o primeiro centenário do futebol catarinense. O lançamento ocorreu no Majestic  e reuniu 400 pessoas, entre jornalistas e radialistas da atualidade e profissionais daquela época de ouro do estádio Adolpho Konder, ex-jogadores, políticos, torcedores e fãs do futebol.

Em novembro de 2013, lançou o livro Um Jogo Inesquecível, muito comentado pela mídia nacional, por ter sido o único jogo do Rei Pelé com a camisa do Santos na capital catarinense, diante do Avaí, em 15 de agosto de 1972, no estádio Adolpho Konder..

Em 11 de dezembro de 2014, lançou o livro 90 anos do maior clássico, obra de luxo que eternizou a rivalidade entre Figueirense x Avaí, cujo início se deu em 13 de abril de 1924, com a disputa do primeiro clássico da história entre os maiores rivais do futebol catarinense na atualidade.

Em 2017, lançou a Coleção Eternos Craque e o Volume 1 homenageia Albeneir. O Volume 2 será dedicado ao craque Adilson Heleno.

Polidoro Júnior é membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de SC, instituição que foi fundada em 7 de setembro de 1896, pelo jornalista, historiador e advogado,  José Boiteux, considerado o patrono do ensino superior em Santa Catarina.

É filiado a três entidades da classe dos cronistas esportivos: Acesc, Abrace e AIPS.

Atualmente Polidoro se comporta como um profissional multimídia, enquanto seu site (www.polidorojunior.com.br) já é um dos mais acessados da mídia catarinense e nacional, com foco também na seção Túnel do Tempo, onde o jornalista nos remete ao passado, pois possui um vasto arquivo de 9 mil fotos, além de muitos vídeos.

Desde 2013, Polidoro Júnior promoveu a inédita exposição itinerante “Centenário do Futebol Catarinense”, num total de 24 fotos, levando cultura e entretenimento para as pessoas de todas as idades, em escolas das redes pública e particular de ensino, clubes e shoppings da Grande Fpolis, onde também faz palestras. Em fevereiro de 2015, iniciou pela Assembleia Legislativa de SC a Exposição 90 anos do maior clássico, com 4 módulos de 16 painéis cada e um total de 49 fotos destacando a rivalidade entre avaianos e alvinegros.

Confira o bate-papo:


1- Como é chegar a quatro décadas de serviços prestados ao jornalismo esportivo?

Muito bom atingir essa marca de 40 anos na crônica esportiva e no jornalismo geral. Além do esporte, também tive programas de jornalismo comunitário, entrevistas com personalidades, políticos, transmiti muitos carnavais na Nego Quirido pela rádio Guarujá atuando como âncora, também várias apurações das campeãs, enfim, passei por rádio, TV e jornal, editei revistas e lancei quatro livros, e hoje me dedico à Mídia Digital, que é a minha paixão de momento e não desejo mais sair dela. Fico feliz em ter o respeito dos torcedores adquirido em quatro décadas de completa doação ao futebol. Abdiquei de muita coisa para levar informação, entretenimento, valorização das nossas marcas Figueirense e Avaí, além dos demais Clubes. Acredito que esteja cumprindo o meu papel.


2- Nos conte sobre o começo. De onde surgiu a ideia de ser repórter de campo?

Na verdade tudo começou com meu pai, Dakir Polidoro, em A Hora do Despertador, em julho de 1979. Ele deve ter percebido a minha dedicação, o caminho que estava seguindo. Ficava até altas horas ouvindo rádio, principalmente as emissoras do Rio de Janeiro, sempre atento nos resultados, nas narrações, nos repórteres. Estava também no Curso de redator Auxiliar no IEE. Acho, porque o pai nunca me falou nada, deve ter sentido que o Júnior (assim sou chamado na família) seria o seguidor dos passos dele. E ele me batizou de Polidoro Júnior na primeira oportunidade que me deu. Pode ter certeza: se o pai não tivesse descoberto o meu interesse, com certeza não teria a chance com ele. E isso se repetiu com meu filho Rodrigo, que trabalha comigo porque se interessou da mesma forma. Temos nomes a zelar e não podemos colocar para falar ou redigir textos quem não tem o dom apenas por ser filho (a). Depois de A Hora do Despertador fui levado por Aldírio Simões para a TV Catarinense. E de lá o Roberto (Alves) me chamou para a TV Cultura, cuja amplitude era maior, tinha rádio, e isso me fez crescer muito como profissional. Eu era o substituto do Roberto nas ausências dele no Bola Em Jogo. Tive o prazer de trabalhar com muitos profissionais. Era parte integrante da equipe que fundou as rádios CBN Diário e Guararema. Sem falsa modéstia, gostava muito do que fazia, era bom como setorista e repórter de campo, porque a notícia, o furo de reportagem, a melhor entrevista, todo o clima de pré e pós-jogo me faziam melhor, crescer como pessoa também, interagindo e aprendendo com todos do meio como imprensa, jogadores, treinadores, dirigentes e tantos outros.

3- Esta caminhada lhe trouxe dificuldades?

Dificuldades nenhuma. Pelo contrário, consegui atingir o topo, ser referência na minha profissão. Eu amo o que faço. Não quero fazer nada mais do que faço e já fiz. Poderia fazer mais, como lançar dois livros por ano, mas isso vem com o tempo. Quando você está em um emprego que não gosta, que se tem uma profissão de origem, mas trabalha em outra coisa, por exemplo, é advogado ou médico e está empregado como auxiliar de escritório, sem exercer aquilo que você deseja, daí eu estaria infeliz. Não posso me queixar de nada. Faço o que gosto, por satisfação e prazer, por saber fazer, por não ser um estranho no ninho, por me dedicar o dia inteiro ao futebol, aos torcedores, ao meu trabalho.


4- Que histórias positivas, negativas e engraçadas marcaram estes 40 anos?

Ter sido repórter de campo, setorista, apresentador na TV, apresentar programas de audiência em rádio, ter lançado revistas e jornais de Figueirense e Avaí, ter lançado quatro livros de 2012 pra cá, ter feito duas exposições valorizando nossos jogadores e clubes, entre outras coisas, eu diria que tudo se resume em lado positivo. Eu gosto de eternizar os jogadores, contar histórias, isso me faz bem. De negativo, a ameaça de morte que recebi em 1999, que ainda bem não se concretizou, durante a semana da final entre Figueirense e Avaí. Algumas agressões que recebi em alguns estádios, e naquele tempo, além da falta de solidariedade da classe não teve também nenhuma nota oficial de qualquer entidade, mas são coisas do passado. De engraçado, algumas com o Miguel Livramento. Em uma delas, o Miguel tentava fazer contato com o estúdio (estávamos no estádio) e ele dizia “alô, estúdio, fala comigo” e isso perdurou por uma meia hora. Irritado, Miguelzinho já começou a xingar a Telesc, cujo técnico dizia que não havia nenhum problema com a conexão entre estádio e estúdio. Até que de tanto ser xingado, o técnico da Telesc pegou o microfone do Miguel e descobriu: “Se o senhor ligar essa chave, o senhor fala com o pessoal lá do estúdio”. A outra foi uma peça que preguei no Dolmar Frizon. Fomos na véspera de um jogo em Belém do Pará  em um bar, começamos a tomar cerveja e depois até energético. O dinheiro já estava acabando. A saideira eu pedi (na verdade mais umas três) e a atendente perguntou meu nome. E eu disse: Dolmar Frizon. No outro dia, no estádio, ficamos em hotéis diferentes, o Dolmar veio no campo e me perguntou: “Polí, por um acaso tu marcou alguma cerveja a mais na minha comanda?”. E eu bem rapidinho: “Eu? Tá louco.” Eu ainda preciso pagar essa dívida para o Dolmar. Pior que outros amigos de rádio sabiam do que eu tinha aprontado e ajudaram na mentira. Foi engraçado, mas o Dolmar tinha mais dinheiro que eu. A diária deles era maior. Mas foi uma pegadinha bem sacana.
 
5- Já pensa em parar?

Parar? Jamais? Somente quando não tiver mais saúde. Não paro não, Vandrei. Parei com rádio e TV. Porém, na internet, vou longe. Além das competições internacionais como Copa América, Olimpíada, Copa das Confederações, jogos internacionais, entrevistas com jogadores fora do Brasil, em julho vou para o Pan de Lima (Peru) e ainda tenho outros planos para 2020. Devo ir na Olimpíada do Japão. Quando ressalto “devo ir”, é porque dependemos da aprovação do pedido de credenciamento. O esporte nos proporciona grandes momentos e não se deve parar sem ter um motivo muito forte.


6- Por fim, qual a dica para os jovens que querem seguir a carreira de repórter esportivo?

A dica é se dedicar, ter como meta o que pretende fazer no jornalismo esportivo em rádio, TV, jornal ou web. Já vai sabendo que se trabalha muito e não se ganha bem. Se deseja entrar no meio esportivo, principalmente aqui na nossa região, não pensa que vai ficar rico que é tudo ilusão. A fama vem antes da grana e muitas vezes a grana é curta. Só que fama não paga conta.





















Um comentário:

  1. Vandrei, deste um banho ô istepô. Poli é fera, puxou ao pai.
    ab
    jorge diamantaras

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