Entrevista Casinho Carioni

Ele é apaixonado pelo Fluminense. Vive, respira o clube. E mesmo distante do Rio de Janeiro, cultiva uma paixão sem tamanho pelo Tricolor das Laranjeiras. Estamos falando do manezinho Eduardo Carioni, o Casinho, que prestes a completar 50 anos, segue apaixonado pelo futebol e pelo time do coração o qual ele não perde um jogo. Leia essa história:

1- Como surgiu essa paixão gigantesca pelo Fluminense?

Minha família sempre foi, e ainda é, ligada ao Futebol. A família Carioni, pelo lado do meu pai, tem entre eles sócios fundadores do Paula Ramos. Lá em casa a maioria torce para o Botafogo. Devido a minha forte ligação com meu tio Ricardo, o maior tricolor que eu conheço, eu acabei me tornando torcedor do Fluminense; nós ouvíamos jogos num SP2. Lembro ainda da final do carioca contra o Vasco, em 1976, gol do Doval, argentino, aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação (eu tinha 6 anos). Sou da geração das rádios Nacional, Tupy, Globo (dos bons tempos).


2. Você é sócio do Clube. Continua indo aos jogos?

Sempre que posso estou acompanhando o Fluminense nos jogos pelo Brasil ou fora do país e em outros eventos como o que acontece todos anos a Flufest, festa que comemora o aniversário do clube - 21/07 inclusive esse ano com show de Lulu Santos no gramado das Laranjeiras tendo como tema o Centenário do Estádio Manoel Schwartz (Laranjeiras). Claro, estarei presente.


3. Sabemos da evolução do futebol de Floripa e você é, sobretudo, apaixonado pelo esporte. Como é torcer por um clube com tanto envolvimento, à distância.

A respeito do futebol catarinense os tempos são outros. Tivemos 4 clubes na série A do Brasileiro recentemente. O aspecto financeiro continua não ajudando. Os clubes melhoraram suas infraestruturas físicas, mas ainda são amadores na condução dos seus negócios. Torcer mesmo torço para o Fluminense. A distância nunca foi problema. Anos atrás tudo era mais difícil para se locomover e obter as informações. Hoje está mais fácil com a internet mandando notícias em tempo real e viajar ficou mais acessível. Se quando não era assim eu já dava meu jeito de ir ver o Fluminense, ou assistir os poucos jogos que eram transmitidos, agora me organizo mais para poder ir nos principais jogos. Tenho um incentivo a mais que é o meu filho Didi que me acompanha sempre.

4. Nos conte histórias tristes, alegres, engraçadas e até pitorescas envolvendo a paixão pelo Fluminense.

Ainda que histórias tristes se tente esquecer, a pior delas foi em 2 de julho de 2008, há 11 anos. Uma das maiores injustiças do futebol. Fomos vice da Libertadores. Se o VAR já existisse não tenho dúvidas de que seríamos os campeões. Na minha opinião foi o maior espetáculo de uma torcida num estádio de futebol, e nada mais nada menos do que no Maraca, o templo do futebol. Eu estava com Didi naquele dia, meu parceiro inseparável. Momentos alegres tenho muitos. Vários Fla-Flu com gol do eterno Assis; gol de barriga do Renato Gaúcho; brasileiros de 1984, 2010 e 2012. A luta contra o rebaixamento em 2009, quando matemáticos nos davam como rebaixados já com 99% de certeza. Conseguimos o que para muitos era impossível e surge o “time de guerreiros”. Mas, o que mais me deixou feliz foi o título da Copa do Brasil de 2007, disputado aqui mesmo em Florianópolis, 1 a 0, gol do Roger. Foi um presente de Deus. O pitoresco foi um jogo contra o Atlético do Paraná, na Vila Capanema, em 1997. Era um jogo de alto risco em razão de um jogo anterior nas Laranjeiras com cenas de muita violência com o goleiro Ricardo Pinto entrando em confronto com torcedores do Fluminense. Na Vila entrei junto com a delegação no estádio e passamos por um corredor humano com muito ódio estampado nas pessoas: fiquei apavorado. Acompanhei o jogo no espaço destinado à torcida visitante que não compareceu a pedido da polícia. Só estavam lá eu e mais dois que eram parentes do Paulinho MacLaren, nosso atacante na época. Daí não tivemos dúvida, nos infiltramos na torcida do Atlético e ficamos ali quietinhos até o final do jogo, que terminou 0 a 0. Engraçado tem um episódio em que eu fui ver um jogo no Paraguai, e esperava encontrar na arquibancada o meu maior ídolo, Romerito. Minha esposa Karina foi junto. Chegamos no estádio, ela entrou e me esperava logo depois das catracas. Eu fiquei do lado de fora esperando o Romerito para poder vê-lo. Ele chegou no meio de muita gente e não consegui chegar perto. Minha mulher enquanto esperava perguntou a um moço que estava ali parado também se ele estava esperando alguém que queria ver o Romerito, e explicou que o marido dela estava lá fora só pra isso, que ele é fã do Romerito e que queria porque queria vê-lo de perto; daí o rapaz disse pra ela “não, eu vejo ele todo dia, sou o filho dele”. Tava tão fácil e eu não sabia. 


5. E a coleção de camisas.

Trata-se do meu hobby predileto. Tenho hoje uma coleção com 860 camisas desde 1969. Muitas são raridades mesmo, tanto que o Fluminense em algumas vezes me pede emprestadas para expor. Ganho algumas, troco outras, compro muitas; sendo camisa original faço qualquer negócio. Tenho camisa usada pelo Abel, Rivelino, Conca, Delei, Assis, Fred (várias). É difícil manter, seja pela quantidade, para ter um bom local que permita ventilação, para conservá-las em bom estado e também pelas negociações em si. Mas, o pior é a falação da esposa ... mas, ela já me conheceu sabendo. Grande companheira que me entende e não é fácil. E além dela compreender, meu filho Didi tem me ajudado bastante agora.

6. Por fim o que significa ser um aficionado pelo futebol e, principalmente, pelo clube carioca?

Futebol sempre foi minha paixão desde muito pequeno. Meu apelido vem do futebol. Na nossa casa na Lagoa da Conceição improvisávamos um campinho ali na frente de casa e quando meu time estava perdendo eu tirava a bola – que era minha – e entrava e acabava com o jogo. Um dia fiz isso e fui pra dentro. Depois de alguns segundos escutei aquela gritaria do jogo rolando e fui lá e vi que eles tinham trazido outra bola. Não tive dúvidas, tirei as traves ... daí ficou a fama de criador de “caso” e como eu era pequeno ficou “Casinho”. Já torci muito pela seleção, sofri com ela. Hoje menos. Joguei futebol desde sempre. Ainda jogo. Mantenho um campo para amigos jogarem. Dizem que eu jogo bem, mas ... sei jogar. Fiz a maioria dos meus amigos em função do futebol. E até hoje estou com eles e com o futebol. E ser torcedor do Fluminense, ter esse amor mesmo pelo Clube, não tem explicação. São daquelas coisas que só sentindo. Quem sente isso por algum time me entende. Quem não sente... nunca vai entender e eu não saberei explicar.












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