Entrevista Andreia Zaida

Depois de terem passado na seletiva aqui do Brasil em junho, o grupo Bailarinas de Florianópolis viajou para a cidade de Córdoba, na Argentina, para a disputa da final Latino Americana do Torneo Universal Dance. Elas se consagraram Campeãs Latino Americana no Folclore Internacional Infantil, com a coreografia Morena de Angola, o carro chefe de companhia.

Além desta coreografia as meninas também apresentaram mais duas: uma em grupo com as 11 bailarinas na categoria free jazz infantil e conseguiram o terceiro lugar com a coreografia " só quero amar". A outra foi apresentada por um trio onde também se consagrou - Campeão Latino Americanas no Free Jazz Juvenil.

Todas as coreografias foram premiadas com pontuação  master classificadas para disputar a final no Torneo Universal Dance Word Championship que será no México, em Julho de 2020.

As catarinenses apresentaram quatro coreografias e conquistaram quatro prêmios para o Brasil. A bailarina Andréia Zaida, a nossa entrevistada de hoje, também conquistou um segundo lugar na categoria solo, na competição Folclore Internacional - Ritmos Brasileiros. Confira o bate-papo deste domingo:

1- Como foi essa disputa na Argentina?

A palavra disputa é super forte e tomo muito cuidado quando eu e minhas Bailarinas entramos em festivais competitivos. A vida não deixa de ser uma competição diária, a idade delas é de uma fase da vida que a maturidade e formação de personalidade é berrante, então tento passar a questão mais importante: experiência. Somos movidos a tudo o que acontece diariamente ao nosso redor, temos que aproveitar as oportunidades e sempre, independente do resultado, fazer com que algo a mais, principalmente positivo, fique em nós. Estávamos em minoria, mas a energia do brasileiro contagia qualquer espaço. Com o resultado, não tem como nós não  nos sentirmos em uma final de copa do mundo da arte.

2- Como funciona o trabalho em Floripa?

Há dois anos sou colaboradora da unidade Sesc Ingleses aqui no meu bairro. Mas meu trabalho perante ao grupo de Dança já vem ocorrendo há um tempinho, são sementes plantadas e germinadas, meninas que trabalham a técnica da dança comigo, pais que acreditam e valorizam a arte, muito esforço e dedicação. São muitos anos de estudo e batalha. Para que esse grupo exista, é feito um trabalho a parte das aulas normais de duas a três vezes por semana. São encontros com mais dias e horas de estudo técnico e pesquisa, e muita força de vontade, mas sempre com um objetivo, expandir e levar uma mensagem ao público através da arte de dançar.

3- O que representa pra você a dança?

A dança sempre fez parte da minha vida, meus pais são assíduos dançarinos de salão. Desde meus 09 anos já os acompanhava e foi com essa idade que comecei meus estudos técnicos, através da dança clássica (que para mim é a mãe da técnica Dançante). O samba é minha raiz, samba e ballet (Sambalé) são minhas bases. A dança na minha vida representa um todo, meu corpo, alma e mente, respiram dança diariamente, é uma escolha, uma opção de vida.

4- Você vai pro México ano que vem com sua equipe. Nos conte sobre suas experiências nacionais e internacionais.

Sou uma pessoa muito grata pelas oportunidades que chegaram a mim e consegui aproveitá-las. Minha primeira chance foi através de uma audição feita pelo grande mestre Jaime Arôxa para trabalhar em navios pela Malásia, onde também participei de um grande espetáculo chamado Viva Brasil. Morei durante um ano na Alemanha e também fizemos trabalhos pela Turquia onde passei por uma experiência fantástica na inauguração de um hotel 7 estrelas, trabalhando como bailarina e coreógrafa. Também fiquei um tempo pela Argentina estudando dança. No Brasil, viajei praticamente por todo ele durante 10 anos através de meu grupo de Dança Shapana, do meu grande mestre e inesquecível coreógrafo de comissão de frente do nosso carnaval, Ildo de Oliveira Rodrigues, participando de muitos festivais pelo Brasil.

5- Como está o mercado da dança no Brasil? 

Infelizmente o mundo ainda não consegue entender que a arte existe para que a vida se torne mais leve. Em nosso país nossa luta, nós artistas que escolhemos viver por ela, é mais difícil ainda. Eu como profissional da dança ainda sinto na pele a desvalorização, para muitos a arte deve ser paga com a sobra de um orçamento por exemplo, principalmente a minha área que é a dança, sempre acham que devemos fazer de graça para nós divulgarmos. Fizemos parceria sim, pois trabalhamos para levar a essência da leveza, da felicidade, da emoção, mas, estudamos, pesquisamos, trabalhamos a mente e o corpo diariamente para que outros corpos e mentes entendam a si mesmo. Vivemos pela arte, não vivemos da arte. Viver por ela foi a minha escolha nesta vida.

6- Por fim, qual a mensagem pra quem quer seguir a carreira na dança?

Seguir a carreira e ser feliz. Através dela, muito amor e respeito por você e pela escolha feita. E também muito estudo. Nunca pare no tempo, ele voa, e hoje em dia principalmente com tantas informações chegando rapidamente, tem muito aprendizado para alcançar.













Um comentário:

  1. Parabéns Andréia Zaida, o seu trabalho é fantástico e profissional. Haja vistas para esses resultados que obtiveram as tuas bailarinas #Morenasdeangola.

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