Entrevista Luiz Henrique Ribeiro

O convidado de hoje no quadro “Entrevista de Domingo” é um jovem empreendedor que tem paixão pelos negócios e por gestão. Luiz Henrique Martins Ribeiro, de 38 anos, é advogado e atua também na área esportiva. É Presidente do Clube Atlético Tubarão, que está na Série D e que ficou em terceiro lugar esse ano no Campeonato Catarinense.

Além disso, preside a Associação de Clubes Profisionais de Santa Catarina, é Vice-presidente da Baltoro Group e Vice-presidente do Elm City Express (Clube  da NPSL - Terceira Divisão Norte-Americana). Para exercer todos os cargos, Luiz Henrique, conhecido como “Hique” pelos amigos, obteve a condição de Gestor através do certificado emitido pela CBF Academy.

1- Qual o balanço à frente da SC Clubes?

Se tornar presidente da SC Clubes foi um grande desafio, em especial, por tudo que nosso futebol catarinense havia passado. Busquei trabalhar junto com os presidentes de forma intensa e trazendo novas ideias, como o comitê comercial unificado, fomento da integridade (jogo limpo) e o FCplay.tv. Houve bastante transpiração também, como o projeto de lei de liberação da cerveja nos estádios, cujo andamento se arrastava por quase 10 anos. Aprendi e aprendo muito todos os dias com os colegas da Associação. Não podemos esquecer que sou um dirigente que ainda precisa de mais experiência no futebol e liderar a SC Clubes me ajudou não só em razão de tantos desafios, mas também graças ao relacionamento com os clubes, presidentes, dirigentes, diretores e tantos outros atores do futebol. E agora, poder ter o Avaí conosco novamente pessoalmente me traz muita alegria e orgulho, pois não gostaria de deixar a presidência da SC Clubes sem que estivéssemos todos unidos.

2- O Campeonato Catarinense 2018 teve um regulamento não tão aprovado pela opinião pública. O que precisa melhorar para 2019?

Para 2019 deveremos ter semifinais e final, com 20 datas no total. Esta fórmula com semifinais e então classificação dos 4 melhores do índice técnico já estava prevista para este ano, no entanto, em razão do calendário apertado por culpa da Copa do Mundo da Rússia, não foi possível ter as datas. Lembro que a CBF prevê para os campeonatos estatuais 18 datas, então para o ano de 2019 faz-se necessário buscar mais 2 datas para então botar em prática esta fórmula que inclusive já foi aprovada no ano passado.

3- O retorno do Avaí a SC Clubes dá sinais de união total dos Clubes. Que prioridades estarão à frente do grupo agora?

A prioridade continua a mesma, mas agora passamos a ter mais força, justamente porque todos unidos somos mais fortes. Não se pode esquecer que quem faz o futebol são os clubes. Os clubes é que empregam os atletas, treinadores e diretores. Os clubes que são responsáveis pela formação de atletas de base. As Federações são formadas pelos Clubes. Assim, a prioridade é fortalecer o futebol Catarinense por meio dos clubes, ou seja, precisamos criar novas fontes de receita, fomentar o crescimento comercial e a atração de novos parceiros, buscar a segurança das competições, lutar pela integridade do jogo, cobrar forte investimento na arbitragem e na melhoria das condições dos gramados. Estas políticas não são do Luiz Henrique, estas diretrizes foram debatidas e aprovadas em diversas reuniões entre os presidentes e continuarão vivas independentemente de quem seja o presidente da SC clubes.

4- A Federação Catarinense de Futebol vive um impasse jurídico no seu processo eleitoral entre situação e oposição. Você acha que é o momento de mudar?

Em razão de tudo que aconteceu entendo que é um momento de reflexão. Sofremos uma grande mudança já. A perda abrupta do nossos queridos amigos Dr. Delfim e Sandro Palaoro já trouxe forte impacto, tanto na FCF como na SC Clubes. Do mesmo modo entendo que precisamos evoluir em muitos pontos, como os que lutamos por meio da SC Clubes. Porém, como ocorreu a interferência na eleição em razão de uma decisão judicial, o momento deve ser de serenidade de todos, evitar maiores discussões e aguardar o andamento que será dado pelo poder judiciário. 

5- Qual a receita do sucesso do Clube Atlético Tubarão?

Primeiro é reconhecer o nosso tamanho. Nunca deixamos a euforia tomar conta. O Tubarão é um clube pequeno em crescimento e por isso mantemos objetivos factíveis, não criando falsas expectativas. Além disso, luto para manter a estabilidade no clube, em especial, no departamento de futebol. Trabalhamos com um severo controle de custos amparado num orçamento bem detalhado. Mantemos uma política de teto salarial para todos os setores do clube. Mantemos uma sistemática de produtividade com os atletas do elenco principal. Atualmente o Clube mantém 36 apartamentos alugados para atletas e suas famílias. Sugerimos aos atletas casados que tragam suas esposas e filhos para morar em Tubarão e com isso cria-se um ambiente familiar e de união entre todos os envolvidos. Toda alimentação dos atletas é fornecida pelo clube, sob a supervisão de nutricionistas ligados à Unisul, do mesmo quanto a psicóloga, dentista e exames médicos. Investimentos na qualidade do gramado do estádio, além de um bom departamento médico visando a prevenção e reabilitação, que envolve academia e equipamentos. Mas tudo isso está escorando num elemento muito forte que temos em Tubarão que é a paixão e engajamento, que envolve todos que trabalham no clube até os torcedores. Um apoia o outro e as decisões são tomadas de forma técnica e rapidamente. Apesar disso tudo, o futebol exige boas doses de paciência, sorte e acima de tudo muito trabalho e dedicação e é com base nisso que confiamos no crescimento do Clube Atlético Tubarão.

6- O Tubarão começou a mil na Série D. Qual a perspectiva do clube em termos de acessos às demais divisões?

Sabemos que é muito difícil o acesso no primeiro ano de disputa de uma Série D, divisão esta que considero a mais difícil de todas, pois seu formato e quantidade de clubes leva a uma complexa montagem do elenco e por isso traz tantas surpresas, ao passo que muitas vezes clubes com maiores orçamentos sequer chegam nas fases finais da competição. Nossa intenção é passar da fase de grupos e nos preparar jogo a jogo na fase eliminatória. Para o acesso, deveremos fazer 12 jogos, 6 na fase de grupos e mais 3 fases eliminatórias com jogos de ida e volta. Nosso planejamento está escorado justamente nestes 12 jogos e caso tudo corra bem e como planejado, disputaremos a Série C de 2019, o que seria um grande salto para o Tubarão.



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